
Em
poucas palavras, entretanto,
posso dizer que essa construção é uma aberração. Antes de tudo é uma aberração
arquitetônica, pois tenta recriar algo de uma época que já passou e que não faz
mais sentido no mundo atual. Além de ser um equívoco histórico, pois trata-se
de uma cópia mal feita do templo de Herodes, aquele que foi reconstruído um
pouco antes do tempo de Cristo. Por isso, em vez de Templo de Salomão, deveria
ser chamado de “réplica do Templo de Herodes”. Mas nesse caso, não daria muito
“marketing”…
Acima
de tudo é uma aberração teológica. Imagino que ele não tenha ido tão longe ao
ponto de fazer as divisões internas do templo (santo lugar, santo dos santos),
até porque isso limitaria o número de pessoas lá dentro e, consequentemente, de
ofertas. A menos que ele quisesse se entronizar lá dentro do Santo dos Santos…
(a vantagem é que só um homem o veria uma vez por ano).
De
qualquer maneira, é uma aberração teológica, pois tenta recriar, mesmo que em
termos ilustrativos e comerciais, algo que o próprio Deus autorizou a
destruição. Foi o Senhor Jesus quem disse, sobre aquele templo de Israel, que
seria destruído e não sobraria pedra sobre pedra (Mt 24.1ss). De certo modo, ao
reconstruir o simbolismo, ele está erguendo novamente algo que Deus quis que
terminasse. E a razão é simples: Jesus é tudo aquilo que o Templo de Israel
prefigurava. Jesus cumpre em sua pessoa todas as promessas e realizações do
antigo Templo. Reconstrui-lo, mesmo que apenas como uma homenagem ou dedicação,
é uma forma de praticar tudo aquilo que o livro de Hebreus condena, é um modo
de rejeitar a Cristo e a tudo o que ele fez.
Fonte: https://www.facebook.com/leandro.lima.39750?fref=photo